A Central de Condomínios lança uma série de textos sobre o impacto das medidas de combate ao coronavírus na realidade dos condomínios do país. Em cada um dos textos, será apresentada uma avaliação racional sobre cenários do nosso dia-a-dia em edifícios. Neste texto, uma avaliação dos aspectos econômicos da pandemia, na administração condominial. Se quiser saber um pouco mais, siga-nos:
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As medidas de restrição de circulação de pessoas e serviços e atividades não-essenciais foram adotadas como melhor estratégia de contenção da propagação do coronavírus, no país. Os principais documentos foram o Decreto Legislativo no 6, de 20 de março de 2020, declarando estado de calamidade em saúde pública; e a Medida Provisória no 927, de 22 de março de 2020, que trata das medidas trabalhistas. Ambas tem grande potencial de impactar a economia de condomínios, em aspectos diversos.
Coronavírus e condomínios: perda da geração de receitas em
Para muitos condomínios, o equilíbrio das contas condominiais reside na geração de receitas através de locação de espaços para eventos, uso de estacionamento por terceiros e participação nos resultados financeiros de empresas parceiras, nas áreas de alimentação, entretenimento e educação.
A proibição de funcionamento para centros comerciais, shoppings, galerias e edifícios mistos ocasionou perda abrupta e completa de receitas para as empresas e, consequentemente, para os condomínios onde estão instaladas. Como são receitas baseadas em consumo, a perda é definitiva e irrecuperável. As horas pagas de estacionamento, participação em receitas de vendas e locação de espaços para eventos não serão repostas no curto prazo. A locação para eventos provavelmente será a receita com pior prognóstico para retorno ao patamar pré-crise, pois as empresas estão optando pelos eventos online e, posteriormente, na recomposição do capital de giro.
Coronavírus e condomínios: aumento de custos em folha de pagamento
Em que pese as medidas trabalhistas definidas pela Medida Provisória 927, o impacto trabalhista pode ser muito significativo em condomínios. Entre os problemas, pontuamos:
- aumento do absenteísmo por doenças com sintomas gripais, ocasionando despesas com horas-extras para funcionários em substituição
- substituição de funcionários dos grupos de risco por outros, de menor idade e sem doenças crônicas
- custos de treinamento de pessoal em substituição
Os custos de mão-de-obra representam até 80% dos custos mensais de condomínios. A elevação destes custos não pode ocorrer sem que haja diminuição de reservas ou criação de fundo de despesas emergenciais. Cada condomínio deve elaborar, imediatamente, um plano de contingência para o período de crise, limitando a substituição e as horas-extras, através de turnos sem funcionários, antecipação de férias e mesmo mutirão de atividades, em condomínios menores.
Coronavírus e condomínios: aumento das contas de consumo geral
Este ítem tem especial importância neste período, notadamente nos condomínios residenciais. O estímulo ao isolamento social para restrição de contágio colocou famílias inteiras dentro dos apartamentos e condomínios, 24 horas por dia. Condomínios com este perfil devem planejar um aumento superior a 20% nos gastos com água, energia elétrica e fornecimento de gás. Para aqueles em que há compra periódica do gás GLP, fiquem atentos ao intervalo para reposição, pois será menor em relação à trocas anteriores.
Aumento do custo de obras em andamento em condomínios
Todas a obras em andamento nos condomínios serão negativamente impactadas pela crise do coronavírus. Devido ao fechamento do comércio, peças e equipamentos não estão facilmente disponíveis, mesmo para quem continua vendendo ou fazendo anúncios através do whatsapp. Um obra pode ficar parada por dias por falta de materiais que custam poucos reais. Além disso, já verificamos profissionais abandonando obras pela metade, pelo medo de se expor ao vírus. Assim, se uma obra já está em andamento, monitorize de perto as etapas de conclusão, e calcule os riscos de falhas na sua execução. É hora de antecipar a solução de problemas!
Por outro lado, a menor circulação de pessoas pode significar o momento exato para realização de reparos que estavam sendo adiados. Desde que bem planejados, pode ser a hora certa para que sejam iniciados.
Depreciação acelerada de equipamentos e instalações
Aqui a conta é simples: maior uso, maior depreciação. Fique atento à manutenção corretiva caixas d`água, esgoto, pintura de paredes, equipamentos de academia, pois o uso será ostensivo, nestas semanas.
Aumento da inadimplência em contas futuras
Aqui, um aspecto triste desta crise na saúde pública. A maioria dos moradores será impactada negativamente pela inatividade econômica, seja pela falta de vendas, ganhos de comissões ou possibilidade de desemprego imediato ou em futuro próximo. Para condomínios comerciais, este cenário será desastroso, com uma expectativa de inadimplência que poderá tornar inadministrável o condomínio. O momento é de rever criticamente todas as despesas, deixando aquelas estritamente essenciais ao funcionamento de serviços. A administração do condomínio deve refazer o planejamento orçamentário e criar planos de contingência para evitar a interrupção de serviços. A hora agora é de comunicação profunda com cada condômino, e franqueza nas relações. Para cada dívida ou despesa, descubra a possibilidade de renegociação.