Historicamente, a raça humana pré-civilizatória passou a conviver em pequenos grupos para criar melhores condições de existência, dividindo tarefas como a caça de alimentos e vitaminas e defesa contra predadores. Desde este período pré-histórico, esta convivência trouxe novas oportunidades de aprendizado para o coletivo das pessoas, como as técnicas de semeio e criação de animais.
Estar em grupo significava segurança, preservação da vida e a maior possibilidade de evolução. Nos tempos atuais, a união das pessoas continua a possibilitar o progresso e incita-las a evoluírem de uma forma bem mais acelerada com o emprego de tecnologias e novos recursos materiais e financeiros.
Com o crescimento populacional, surge um novo modelo habitacional, os denominados condomínios; e nesse novo modelo surge também a necessidade de aprendizado para uma nova forma de convívio: viver em condomínios tornou-se não só algo mais cômodo e seguro, como também uma hábil demonstração de respeito aos seus semelhantes, seja uma empresa ou família.
O ser humano, cada um na sua infinidade de desejos e projetos pessoais e profissionais, busca as melhores condições de sobrevivência, representadas por oportunidades de trabalho, estudo, lazer e segurança.
Nas grandes cidades, é compelido a viver em propriedades de uso coletivo nas quais se constata uma certa dualidade, pois é adquirida com seus recursos financeiros próprios, pretende-se ser tratado como privado, mas é cercado de regras que devem ser praticadas nas áreas comuns, e até mesmo na área particular.
Esta convivência traz benefícios, mas também implica em responsabilidades e obrigações legais, baseadas no respeito aos moradores e à comunidade na qual o grupo está inserido.
Quando uma família ou empresa opta por viver em condomínios, ela tem que estar ciente de que deverá respeitar leis federais, municipais e regras de convivência, decididas pela maioria e registradas na convenção do condomínio e no seu regimento interno.
Aqueles que trabalham ou moram em condomínios tem que aprender a exercer os seus direitos e obrigações, a respeitar a divisão de espaços comuns, e entender que a convivência com seus vizinhos requer tranquilidade, paciência, equilíbrio e, de certa forma, uma boa capacidade de se colocar no lugar do outro.
Os condomínios podem ser constituídos por múltiplas edificações
Casas de veraneio, uso comercial, residencial ou misto, mas todos tem uma característica comum: tem regras a serem seguidas.
Por mais que algumas situações incomodem, na maioria das vezes são obrigatórias. Como exemplo, se você gostaria que a porta de incêndio do seu andar ficasse trancada para aumentar a sua sensação de segurança, isso é impossível, porque a lei proíbe; mudar a fachada do seu apartamento porque a atual não te agrada também não pode, se a maioria assim o decidir; exercer atividade empresarial diferente do disposto nos regulamentos… desista!
Por outro lado, várias das normas do dia-a-dia em um condomínio podem ser acordadas em uma reunião. Mas, até aqui há uma previsão legal: o local para se propor, discutir e decidir os mais variados assuntos é a assembleia, convocada periodicamente com o objetivo de prestar contas, eleger representantes e propor melhorias que envolvem todas os seus moradores, empresas ou escritórios, (se quiser saber mais como conduzir uma assembleia de condôminos, clique aqui) nesta reunião, podem ser levadas em pauta todas as questões, sugestões, melhorias e reclamações sobre a rotina do condomínio.
Ali será o local para solicitar normas adequadas de acesso de visitantes ao prédio, uso de vagas de garagem, horário-limite para reformas, atividades comerciais permitidas, a nova decoração das portarias e da fachada, até grandes decisões, como a mudança da destinação de uso do edifício.
Se você vai morar em condomínio, é fundamental entender que as suas vontades somente serão realizadas se forem também a vontade da maioria dos moradores. Para algumas “vontades”, somente a decisão unânime dos proprietários será capaz de fazê-las virar realidade. Então, seguem algumas regras básicas quando estiver sob o teto do condomínio:
Respeite as regras do condomínio
Antes de morar em um novo apartamento ou comprar terreno ou uma sala em um prédio comercial, solicite ao vendedor uma cópia da convenção, do regimento interno e das últimas atas de assembleias. Nestes documentos, você vai conhecer as normas que regem aquele local. Se não concordar com as mesmas, melhor procurar outro local para viver ou trabalhar.
Pense como o outro para viver bem no condomínio
O que para você é um prazer, como tocar saxofone ou andar de patins dentro de casa, pode ser muito desagradável para seu vizinho. Animais barulhentos, mesmo que permitidos, podem trazer transtornos a outros. Atividades comerciais com grande fluxo de pessoas em área restrita do prédio podem impactar no acesso às demais unidades do condomínio. Reflita se esta situação pode ser melhorada, ou evitada.
Decisões refletem o desejo da maioria no condomínio
Nada, absolutamente nada, será feito em um condomínio se a maioria assim o desejar. Por isso, se você gostaria de ver uma melhoria em seu local de trabalho ou moradia, comece a vender a sua ideia. Mostre a todos os benefícios a curto, médio e longo prazo. Exponha os ganhos na qualidade de vida, ou na valorização do imóvel, na facilitação da rotina do dia-a-dia. Sua ideia precisa de simpatizantes. Conquiste-os através do diálogo.
Jamais entre em discussões desnecessárias no condomínio
Como exposto acima, somente as boas ideias, bem apresentadas, vão prosperar. Pessoas precisam de tempo para assimilar algumas sugestões, medir cuidadosamente o custo-benefício. Se uma sugestão sua não foi acatada agora, pense que você deverá se empenhar mais para conseguir a aprovação da maioria, no futuro.
Aja com sensatez
Em uma coletividade, nem sempre a sua ideia reproduz a vontade da maioria. Saiba entender e aceitar quando uma proposta não foi acolhida pela coletividade. Uma reunião bem conduzida, com equilíbrio e tranquilidade, geralmente obtém as melhores soluções, nem sempre a que você propôs.
Tenha espírito aberto a novidades.
Todos os proprietários de um condomínio estão aptos a expor ideias, e você pode não concordar com algumas delas. Saiba entender que você, eventualmente, será voto vencido em algumas escolhas, e isso faz parte do ideal de um condomínio.